O Charuto Incendiário
Um homem da cidade de Charlotte, no estado da Carolina do Norte, após ter comprado uma caixa de 24 charutos raros e muito caros resolveu colocá-los no seguro... contra incêndio. Depois de um mês, tendo fumado todo o estoque dos fabulosos charutos, e tendo ainda de fazer o pagamento único da apólice, o homem entrou com um pedido de indenização na companhia de seguro. No pedido ele afirmava que tinha perdido os charutos em uma série de “pequenos incêndios”. A companhia de seguros se recusou a pagar, citando razões óbvias: o homem havia consumido seus charutos de maneira natural. O homem processou a seguradora e ganhou.
Ao apresentar a conclusão, o juiz afirmou que o homem possuía uma apólice da companhia que garantia que os charutos eram asseguráveis. Na apólice, a companhia também garantia que eles estavam assegurados contra incêndio, sem definir o que seria considerado “fogo inaceitável”, e ainda, que a companhia era obrigada a compensar o segurado por sua perda. Ao invés de tentar um longo e custoso processo de apelação, a companhia de seguros aceitou a determinação do juiz e pagou ao homem US$ 15.000 pelos charutos raros que ele havia perdido “nos incêndios”.
Contudo, pouco depois de o homem ter sacado seu cheque, a companhia conseguiu que ele fosse preso sob a acusação de ter causado 24 incêndios. Com sua própria apólice de seguro e testemunho que dera no processo de indenização servido como evidência contra ele, o homem foi condenado por intencionalmente queimar charutos raros e foi sentenciado a 24 meses de prisão e a pagar US$ 24.000 de multa.
Entre folhas e leitura de contos
Ironizado, o leitor de galeras ganhou este nome em referência ao hábito dos presídios de Havana de ler aos presos as notícias do dia.
Hábeis na utilização da chaveta (instrumento para cortar as folhas) e na elaboração de charutos, os tabaqueros cubanos ainda são os trabalhadores com maior acesso à cultura. Isto vem desde que, em 1864, instituiu-se em Cuba um personagem singular, o 'leitor de galeras'. Ele nasceu da necessidade de amenizar a alta carga horária de um trabalho feito em silêncio. Naquela época não existia rádio e nem seria interessante colocar música para distrair a atenção dos trabalhadores. No início, o leitor era pago pelos próprios trabalhadores que se cotizavam e pagavam um centavo diário por seu trabalho. Com o passar do tempo, este custo foi absorvido pelos donos das fábricas, que ficaram interessados com o aumento da produção. Os trabalhadores escutavam desde "Os Miseráveis" de Victor Hugo até "Cecília Valdés" de Cirilo Villaverde. Geralmente o leitor ficava em uma tribuna ou mesa mais alta. Deveria ter boa dicção, ler pausadamente para que todos pudessem entender, bem como dramatizar os diálogos alternando as vozes de homem, mulher e criança. Hoje em dia, nas fábricas Partagas e H.Upmann, os tabaqueros de todos os pisos escutam o leitor pelos alto falantes instalados nos andares, fato conseguido anteriormente apenas com o recurso da própria voz. A ideia do leitor de galeras surgiu com Saturnino Martinez, que trabalhava no jornal operário "La Aurora". O primeiro leitor, cujo nome não se tem ideia, subiu em uma espécie de andaime na fábrica "El Fígaro" no dia 21 de Dezembro de 1865. A ideia foi acolhida com alegria pelos trabalhadores que, naquela época, chegavam cansados à fábrica, pois tinham que trazer de suas casas as mesas, instrumentos necessários para elaborar um charuto e até mesmo o almoço. Os jornais concorrentes do "La Aurora" logo começaram a ridicularizar a ideia e a chamar de "galeras" os locais onde eram elaborados os charutos em referência ao velho costume do presídio de Havana, de ler aos reclusos as notícias do dia enquanto estes almoçavam. A criação de algumas grandes marcas existentes até hoje se deve aos livros declamados. "O Conde de Montecristo" virou a marca Montecristo. Do romance homônimo de William Shakespeare surgiu "Romeo y Julieta", e até o clássico "Don Quixote" de Cervantes foi imortalizado pela marca Sancho Panza. Um bom exemplo de que fumaça também é cultura.
Culebras
Produzido por apenas três empresas, o Culebras é uma forma diferente de degustar um charuto.
O Culebras é um charuto fascinante, de difícil preparo, e por isso difícil de encontrar. O Culebras é formado por três charutos entrelaçados, cada um com 15,48 cm de comprimento e 1,46 cm de diâmetro. Existem duas histórias que tentam explicar sua origem. A primeira conta que há muito tempo era permitido aos trabalhadores das fábricas de tabaco levar apenas três charutos por dia para seu consumo próprio. O ato de trançar três charutos juntos enquanto ainda estavam úmidos foi uma forma encontrada de deixar a fábrica com mais charutos. Outra versão explica que os fabricantes de charutos cubanos estavam cansados de falsificações feitas à máquina vendidas como se fossem feitas manualmente aos marinheiros que chegavam ao porto de Havana. Para distinguir os falsos, feitos com pedaços de folhas secas, dos verdadeiros, feitos com folhas inteiras, os charutos ainda úmidos eram torcidos e amarrados. Os falsos tentavam acompanhar as modificações mas se quebravam ao serem torcidos. Até hoje os Culebras, que significam "cobra" em espanhol, são produzidos e vendidos por três empresas distintas. A Habanos S.A., produz o cubano Partagas Culebras; a Davidoff produz na República Dominincana o Davidoff Culebras; e a norte-americana Nat Sherman produz o seu Culebras também. Quando o cantor Chubby Checker começou com o Twist no início dos anos 60, Nat Sherman, proprietário da loja em Nova Iorque, foi fotografado pela revista Life fumando um Culebra, o que resultou em ótima propaganda para a loja. Para fumá-lo, você precisa separar os charutos cuidadosamente e, se não estiverem perfeitamente umidificados, suas capas se soltarão. Cada charuto ficará um pouco retorcido, mas é uma ótima maneira de compartilhar uma boa fumada com mais dois amigos. Tempo médio 30 minutos.
O difícil processo de confecção de um Culebras
Destrançando o Culebras
O Leão Rugidor
O charuto de Sir Winston Churchill, ou melhor, a ausência dele, resultou na fotografia mais celebrada do primeiro-ministro, um dos retratos mais reproduzidos na história da fotografia. Foi tirado em 1941, por Yousuf Karsh. Winston, como sempre, trazia um charuto à boca. Para o olhar de um artista como Karsh, o charuto tinha que sair, mas como? Um pedido fatalmente seria negado, e preciosos segundos gastos em fútil argumentação. A ação fazia-se necessária. Então o fotógrafo simplesmente arrancou o charuto da boca do primeiro-ministro como se tirasse a chupeta de uma criança. Eis o resultado dessa ação:
Churchill franziu o cenho, inclinou a cabeça para frente com ar beligerante e pôs a mão no quadril em atitude raivosa. Depois do retrato ele disse: "Você é capaz de fazer com que um leão rugidor fique parado pra ser fotografado", e assim a foto acabou recebendo o título de "O Leão Rugidor" (The Roaring Lion).
SMOKING, a roupa para fumar
O charuto virou mania desde o século XVIII entre a população abastada da Inglaterra e da França, que reservavam salas em suas casas, em clubes e até em vagões nos trens de viagem exclusivamente para fumantes de charutos. Naquela época, fumar charuto era sinônimo de sofisticação, de elegância e de modernidade. Para aqueles que iam fumar, foi criada uma veste especial que protegia a roupa do forte cheiro da fumaça. Nascia, assim, o smoking jacket, casaco que os cavalheiros vestiam após os jantares para saborear tranquilamente seus charutos , beber e discutir os mais variados temas. Comprido, de grandes botões, vinha com uma camisa presa por dentro e uma gravata borboleta. Muitos usavam até um chapéu para resguardar o cabelo do odor do tabaco queimado.
LISTA DOS 100 MAIORES FUMANTES DE CHARUTOS DO SÉCULO XX PELA REVISTA CIGAR AFICIONADO:
LISTA DOS 100 MAIORES FUMANTES DE CHARUTOS DO SÉCULO XX PELA REVISTA CIGAR AFICIONADO:
1 WINSTON CHURCHILL
2 JOHN F. KENNEDY
3 FIDEL CASTRO
4 GEORGE BURNS
5 MARK TWAIN
6 MILTON BERLE
7 BILL COSBY
8 RED AUERBACH
9 JACK NICHOLSON
10 BABE RUTH
11 AL CAPONE / 12 GROUCHO MARX / 13 BILL CLINTON / 14 MICHAEL JORDAN / 15 ARNOLD SCHWARZENEGGER / 16 RON PERELMAN / 17 FRANCIS FORD COPPOLA / 18 RUSH LIMBAUGH / 19 WHOOPI GOLDBERG / 20 AL LERNER / 21 RUDYARD KIPLING / 22 ZINO DAVIDOFF / 23 J. P. MORGAN / 24 SIGMUND FREUD / 25 BRUCE WILLIS / 26 MICHAEL DOUGLAS / 27 W. C. FIELDS / 28 HOWARD COSELL / 29 ORSON WELLES / 30 HARRISON FORD / 31 TOM CRUISE / 32 CHE GUEVARA / 33 CHARLIE CHAPLIN / 34 ERNIE KOVACS / 35 KING EDWARD VII / 36 DAVID LETTERMAN / 37 EDWARD G. ROBINSON / 38 DIZZY GILLESPIE / 39 DANNY DeVITO / 40 PETER FALK / 41 THOMAS EDISON / 42 SYLVESTER STALLONE / 43 H. L. MENCKEN / 44 DAN RATHER / 45 CLARENCE THOMAS / 46 JOHN HUSTON / 47 ADOLPHUS BUSCH / 48 MEL GIBSON / 49 RUDOLPH GIULIANI / 50 JOHN TRAVOLTA / 51 JOHN WAYNE / 52 DEMI MOORE / 53 LOU GERSTNER / 54 GEORGE S. PATTON / 55 GEORGE HAMILTON / 56 DUKE OF WINDSOR / 57 MARLENE DIETRICH / 58 THOMAS "TIP" O'NEILL / 59 DARRYL ZANUCK / 60 DOUGLAS FAIRBANKS JR. / 61 W. SOMERSET MAUGHAM / 62 ELVIS PRESLEY / 63 MILTON HERSHEY / 64 ALFRED HITCHCOCK / 65 FIORELLO LA GUARDIA / 66 TOM SELLECK / 67 OSCAR HAMMERSTEIN / 68 SAMMY DAVIS JR. / 69 JIM BELUSHI / 70 GEORGE GERSHWIN / 71 ALAN "ACE" GREENBERG / 72 MICHAEL RICHARDS / 73 WILLIAM S. PALEY / 74 JAMES COBURN / 75 ROBERT DE NIRO / 76 THOMAS MARSHALL / 77 NAT SHERMAN / 78 PAUL VOLCKER / 79 ARTHUR SCHLESINGER JR. / 80 PIERCE BROSNAN / 81 WAYNE GRETZKY / 82 PAUL ANKA / 83 ANDRE AGASSI / 84 JOE PANTOLIANO / 85 ERNEST HEMINGWAY / 86 ARTHUR GOLDBERG / 87 HARVEY KEITEL / 88 TOM WATSON / 89 ARTUR RUBINSTEIN / 90 LUCIANO PAVAROTTI / 91 DENNIS HOPPER / 92 STEVE FLORIO / 93 LEE IACOCCA / 94 SAMMY SOSA / 95 NICHOLAS CAGE / 96 GREGORY HINES / 97 JAMES WOODS / 98 PHIL GUARASCIO / 99 MIKHAIL BARYSHNIKOV / 100 JOHN GRISHAM